Amai o próprio destino e
a vida como ela é sem rastejar-se ao dever ser das diretrizes ético-morais que determinam fardos e nos
arrastam aos adjetivos transformados em deuses, erros consoladores ou a lugares
que repousam a culpa e idealizações edênicas. Superar a si mesmo é a capacidade
de viver o próprio destino de forma singular sem resignar-se às regras de
sobrevivência individual e coletiva que pesam entre sacrifícios, oferendas,
misérias e dívidas eternas, cuja obediência presta contas ao ethos da nação e o mores comunitário ao qual chamamos de
"consciência". Potencializar a vida é transvalorar valores e afirmar
o próprio destino é criar devires que não se envolvem nas condenações de uma
"ciência histórica" ou a escatologia de uma metafísica do tempo. A
inocência do vir-a-ser não culpabiliza a existência, ela a aceita em sua
integridade trágica sem subtrações e acréscimos. Amar as escolhas é dizer sim à
vida destituída de todo e qualquer valor teológico e teleológico.