26 de maio de 2011

Amor Fati como Potência da Vida

Amai o próprio destino e a vida como ela é sem rastejar-se ao dever ser das diretrizes ético-morais que determinam fardos e nos arrastam aos adjetivos transformados em deuses, erros consoladores ou a lugares que repousam a culpa e idealizações edênicas. Superar a si mesmo é a capacidade de viver o próprio destino de forma singular sem resignar-se às regras de sobrevivência individual e coletiva que pesam entre sacrifícios, oferendas, misérias e dívidas eternas, cuja obediência presta contas ao ethos da nação e o mores comunitário ao qual chamamos de "consciência". Potencializar a vida é transvalorar valores e afirmar o próprio destino é criar devires que não se envolvem nas condenações de uma "ciência histórica" ou a escatologia de uma metafísica do tempo. A inocência do vir-a-ser não culpabiliza a existência, ela a aceita em sua integridade trágica sem subtrações e acréscimos. Amar as escolhas é dizer sim à vida destituída de todo e qualquer valor teológico e teleológico.