13 de abril de 2012

Rizoma - Sobre a Paranóia Nuclear e o Medo de Ameaças Indeterminadas

Em breve irei lançar um projeto de rap histórico-filosófico e geopolítico intitulado de "Sobre a Paranóia Nuclear e o Medo de Ameaças Indeterminadas". A temática do projeto irá perpassar pelos contextos e problemáticas que marcaram as passagens da sociedade e seus mecanismos disciplinares para os dispositivos de controle e seus fluxos, mais precisamente, acerca dos acontecimentos que acentuaram a destruição de Hiroshima e Nagasaki pelas bombas atômicas e no momento pela qual começa a surgir uma outra forma de governar a segurança do Estado, das pessoas e do Planeta ao articular novas estratégias políticas e conflitos internacionais após o embate conhecido como "Guerra Fria" e os movimentos de contestação ecológica. O projeto sonoro visa problematizar o modo como o tema da "ameaça" e do "perigo" passou a ser esquadrinhado como um problema de sobrevivência do planeta e da "espécie humana", um processo de securitização não só de territórios, espacialidades e populações, como também agora das questões climáticas e de meio ambiente aos quais ampliaram os problemas de segurança identificados pelos Estados, em veloz transformação desde, pelo menos, o final da II Guerra Mundial. Nos tempos atuais, houve uma ampliação de "ameaças" cada vez mais indeterminadas por gestões de medos e inseguranças, desde grupos armados transterritoriais, como as organizações do narcotráfico e do terrorismo fundamentalista, até os conflitos derivados das mudanças climáticas (as chamadas "guerras climáticas"). O que os sons irão abordar e procurar criticar e problematizar é a maneira como esses problemas, que outrora eram tidos como limitados ao Estado e a sociedade, passaram a ser governados como um problema tido como planetário. Contudo, irá questionar o presente e a atualidade de medidas que vêm sendo tomadas no campo das coalizões de Estados, da ONU e as demais cooptações, e também o redimensionamento de constantes estados de emergências e violências entre os dispositivos diplomático-militares da ecopolítica (política e estratégia de governar o planeta e os espaços siderais a partir dos mecanismos preventivos e auto-imunitários de defesa e segurança nacional, transterritorializada e planetária). A proposta procura analisar como as guerras acontecem na atual democracia, ou seja, que não se restringem aos limites territoriais de soberania, não dependem de declarações formais, protocolos e tratados de paz, mas percorrem de forma contínua entre as práticas de torturas asseguradas por ocultações de memórias, na fomentação do racismo e da xenofobia na (des)ordem do capitalismo sideral, nas estratégias de militarização como política de “pacificação”, nos fluxos da participação ininterrupta pelos ecossistemas eletrônicos, programas (não)governamentais e empresariais, na ampliação de policiamentos, monitoramentos e delações, na inclusão-excludente de minorias e direitos de cidadania, nas renovações das lógicas prisionais e punitivas como princípio de participação política e "sustentável", nas inteligências institucionalizadas e capturadas e na exceção normalizada como regra em tempos de indeterminação pelas quais expandem penalizações e campos de concentração a céu aberto. Segue abaixo a arte de capa: