28 de janeiro de 2018

"O que é o céu senão um suborno, e o que é o inferno senão uma ameaça?" (Jorge Luis Borges)

Não há nada mais mesquinho e desdenhoso do que a crença no milagre, pois ao acreditar, por exemplo, que alguém se curou milagrosamente de um câncer, desconsidera-se todas as outras que morreram da doença sem receber a "benção divina".

Na demanda do descaso, o milagroso sempre é o seletivo amesquinhado que passa pela norma moral da servidão e recompensa.

O milagre nada mais é do que a moral de escravo e também a condenação da vida vigentes na crença da "salvação".

Sempre há algo de negação dos instintos vitais ou de antinatureza na crença do milagre.