16 de janeiro de 2019


E como já era esperado pelos mais argutos, e pode “jair” tirando as próprias conclusões eleitorado convicto e cego do boçalnaro. Cabe reforçar a distinção ao qual ele decretou a flexibilização da posse e não do porte de arma de fogo. Ou seja, poucos vão ter efetivamente acesso legal a uma arma, bem diferente do que muitos incautos imaginavam.

As armas ficarão nas mãos de meia dúzia de “bacanas” e privilegiados que consequentemente poderão perdê-las para os assaltantes no chamado “efeito surpresa”. As armas de uso exclusivo das Forças Armadas continuarão nas mãos de agentes do Estado ou no tráfico através da microfísica dos desvios e contrabandos entre facções, exércitos, polícias e milícias.

Enquanto isso, o enfadonho “cidadão de bem” (a maioria de classe média baixa e alta) se achará o Rambo com seu calibre 38 ou pistola mediana legalizada. Muitos desses com “posse de arma” poderão ser flagrados “portando sua arma” nas ruas, nos estabelecimentos, no trânsito ou na porta de casa tentando resolver conflitos cotidianos à base da bala. O tal “mito” seguirá blindado em seus dispositivos de segurança, enquanto a maioria terá que se virar por conta própria numa situação de risco.

Enfim, a criminalidade continuará, assim como o porte ilegal também. A violência aumentará nos espaços públicos, domésticos, escolares e entre outros lugares.

E você que sustenta o delírio miliciano anticomunista ao se sentir um "opressor" mesmo sendo apenas um oprimido lambe-botas de autoridades através do sonho de possuir uma arma como sinônimo de segurança e poder contra os "esquerdistas" ou quem divergir da sua forma de agir e pensar, com uma possível política de armamento no Brasil, o "outro lado" também se armará cada vez mais. Abrem-se mais espaços, brechas e vetores para que se fomentem os grupos de guerrilhas revolucionárias, insurreições armadas e toda uma recomposição de métodos, táticas e territórios do crime organizado nas relações entre Estado e mercado, pois as indústrias bélicas e armamentistas também lucram muito fazendo a gestão dos ilegalismos e a geopolítica da guerra no interior da máquina neoliberal capitalística.

Contudo, nada mudará e falta de avisar não foi. Não carrego essa culpa e nem a crença ingênua e estúpida em governos, seja eles de direita, esquerda ou centro. Não se trata aqui de “torcer contra” ou postura de isenção, e sim de um enfrentamento direto da luta antifascista para uma incessante desfiguração do poder.