E como já era esperado
pelos mais argutos, e pode “jair” tirando as próprias conclusões eleitorado
convicto e cego do boçalnaro. Cabe reforçar a distinção ao qual ele decretou a
flexibilização da posse e não do porte de arma de fogo. Ou seja, poucos vão ter
efetivamente acesso legal a uma arma, bem diferente do que muitos incautos
imaginavam.
As armas ficarão nas
mãos de meia dúzia de “bacanas” e privilegiados que consequentemente poderão
perdê-las para os assaltantes no chamado “efeito surpresa”. As armas de uso
exclusivo das Forças Armadas continuarão nas mãos de agentes do Estado ou no
tráfico através da microfísica dos desvios e contrabandos entre facções,
exércitos, polícias e milícias.
Enquanto isso, o
enfadonho “cidadão de bem” (a maioria de classe média baixa e alta) se achará o
Rambo com seu calibre 38 ou pistola mediana legalizada. Muitos desses com
“posse de arma” poderão ser flagrados “portando sua arma” nas ruas, nos
estabelecimentos, no trânsito ou na porta de casa tentando resolver conflitos cotidianos
à base da bala. O tal “mito” seguirá blindado em seus dispositivos de
segurança, enquanto a maioria terá que se virar por conta própria numa situação
de risco.
Enfim, a criminalidade
continuará, assim como o porte ilegal também. A violência aumentará nos espaços
públicos, domésticos, escolares e entre outros lugares.
E você que sustenta o
delírio miliciano anticomunista ao se sentir um "opressor" mesmo
sendo apenas um oprimido lambe-botas de autoridades através do sonho de possuir
uma arma como sinônimo de segurança e poder contra os "esquerdistas"
ou quem divergir da sua forma de agir e pensar, com uma possível política de
armamento no Brasil, o "outro lado" também se armará cada vez mais. Abrem-se mais espaços, brechas e vetores para que se fomentem
os grupos de guerrilhas revolucionárias, insurreições armadas e toda uma
recomposição de métodos, táticas e territórios do crime organizado nas relações
entre Estado e mercado, pois as indústrias bélicas e armamentistas também
lucram muito fazendo a gestão dos ilegalismos e a geopolítica da guerra no
interior da máquina neoliberal capitalística.
Contudo, nada mudará e
falta de avisar não foi. Não carrego essa culpa e nem a crença ingênua e
estúpida em governos, seja eles de direita, esquerda ou centro. Não se trata
aqui de “torcer contra” ou postura de isenção, e sim de um enfrentamento direto
da luta antifascista para uma incessante desfiguração do poder.
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