O ADESTRAMENTO NO PROJETO DE
ESCOLARIZAÇÃO DO GOVERNO
- Leia, mas siga tendo um desprezo à leitura e os livros sem conseguir fazer
interpretação de textos e totalmente preguiçoso pra fazer pesquisas. Aprenda a
calcular, só para servir de mão de obra explorada para o mercado de trabalho.
Sonhe meritocraticamente, continuando na pobreza, mas com disposição pra
aplaudir as ações da bolsa de valores e buscando em algum dia ser
micro-empresário e também explorar seus funcionários. Assimile a moral da trapaça e da competição para querer
ser "alguém na vida" dentro de um ambiente de trabalho precarizado.
Não adquira "consciência de classe" e apenas acredite que os patrões
são geradores de emprego, enquanto eles orquestram a sua pauperização eminente.
NÃO PENSE, assim ficará mais fácil te persuadir e te enganar democraticamente
nos períodos de eleição. Esteja convicto que a reforma da Previdência é
"necessária" para o país, enquanto os verdadeiros privilegiados com
suas regalias e altos salários fazem a gestão permanente da crise falando em
medidas de austeridade ao afirmar que a aposentadoria dos mais pobres é um
"privilégio". Considere a formação técnica como algo apartada do
processo histórico-político e sócio-econômico das sociedades, para que sirva
apenas pra extração de energia e inteligência capturada nas redes de controle
do Estado e do mercado. Seja mais um doutrinado que acredita no projeto
"escola sem partido". "Aprenda" a ter repúdio das Ciências
Humanas como "coisa de esquerdista marxista", e seja mais um idiota
imbecilizado pelos projetos de revisionismos, negacionismos e colonialidades
promovidos pelas práticas de governo e informações distorcidas através de memes
e redes sociais. Confunda a educação com o exercício da delação. Decore o hino
nacional sem ao menos ter conhecimento sobre o seu passado. Acredite que religião
e conduta moral só prestam se for cristã e menospreze os costumes e crenças de
todos os demais. Glamourize o próprio sofrimento sentindo-se resiliente.
Sinta-se um "cidadão de bem" ao mesmo tempo em que autoriza a morte
do outro que não pensa ou vive igual a você. Seja mais um racista que sempre é
o primeiro a negar o racismo. Contudo, seja mais um subjugado e conformado com
a ordem, apenas consuma, vote e se endivide cada vez mais. Incorpore a cultura
punitiva do castigo. Seja obediente. Seja mais um otário.
A intensidade das resistências intempestivas que se desdobram no diagnóstico genealógico e descontínuo do presente
10 de maio de 2019
11 de abril de 2019
...
Não é de hoje que a
política de extermínio praticada por agentes militares e policiais é exercida principalmente nos bairros periféricos da cidade, fazendo desses espaços sitiados uma verdadeira zona de conflitos permanentemente monitoradas.
Mesmo após a suposta
"reabertura democrática", todos os governos continuaram a utilizar o
exército e a polícia como uma força de lei e exceção para controlar e reprimir
a população e as classes georreferenciadas como "perigosas".
Não é de hoje que o
terrorismo de Estado é celebrado com grande aprovação popular, que a tortura é
aplaudida até mesmo nas salas de cinema por setores reacionários da própria
sociedade civil.
O que se vê hoje no
empoderamento de soldados da morte cada vez mais protegidos pela legalidade
para fomentar chacinas e genocídio, está relacionado não apenas aos discursos
de ódio da extrema-direita que ascendeu ao poder com toda sua base de milícias,
mas também está ligado diretamente às políticas de militarização como
"medidas de pacificação" de territórios pobres.
No Brasil, o militarismo crescente
nas questões de segurança pública (ou o urbanismo militar, assim como acentua o autor Stephen Grahan) foi fomentado até mesmo pela própria esquerda
em prol de megaeventos esportivos.
80 tiros fuzilaram o carro de uma família negra assassinando um pai na frente de seu filho de 7 anos. A furadeira é confundida com uma arma e mais um jovem negro
é executado pela polícia. E mesmo assim se vê no dia a dia muitos querendo
relativizar ou negar a existência do racismo.
Incêndios em favelas
associados às políticas de "reintegração de posse" sobre a qual os
moradores são expulsos, roubados pelas autoridades e atingidos por balas de
borracha, enquanto vizinhos e motoristas buzinam e comemoram as ações da
polícia contra os que são chamados de "vagabundos".
Por isso o governo
federal glorifica o golpe civil-militar de 1964, nota-se um nefasto conformismo
à ordem por parte daqueles que sempre irão fazer vista grossa sendo coniventes
com tais práticas. Por isso atualmente se vê muitos jovens abrandando e enaltecendo a
ditadura, convictos de que foi uma “época boa” e sinônima de “mais segurança”,
assim como seus pais ou avós também acreditam, pois não é de hoje que tal
conformação à ordem autoritária faz com que eles ignorem toda a realidade em
sua volta, já que foram frouxos o suficiente de nunca confrontá-la.
Vale ressaltar que a
maioria dos que exaltam ditaduras e seus torturadores são cristãos que querem
ter armas nas mãos e são arraigados em condutas bélicas que fabricam o seu
inimigo a ser eliminado. E toda essa política de Estado baseada no extermínio
tem o aval dos setores que exortam o discurso de que “bandido bom é bandido
morto” e autorizam militares a matar, como também a prática de atirar primeiro
e depois perguntar.
"Primeiro
atira, depois aborda"; "policial terá licença para matar";
"excludente de ilicitude pra militar"; "se o militar estiver sob
forte emoção poderá ser perdoado". Se vocês são daqueles que apoiam esses
discursos e planos de governo e justificam o assassinato cometido por agentes
militares com o execrável relativismo dos "80 tiros acidentais", ou
no dia 31 de março comemorou a ditadura através das constantes deturpações
históricas revisionistas ao qual escondem um passado marcado pelas torturas, execuções e
desaparecimentos de corpos, vocês são parte do problema e coniventes com a
política de extermínio, racista e genocida do Estado.
Não há "despreparo", "engano", “acidente”
ou “incidente”, vivemos numa sociedade que aprova essas práticas de truculência
militar e letalidade policial. É por isso que eles fazem isso, pois sabem que
terão toda a proteção das leis para seguir atirando em quem considerar
"suspeito" ou "bandido", e mesmo que sejam punidos
individualmente, não acabará com essa máquina de guerra.
Enquanto parte da
população se regozija junto com seus políticos eleitos, aos que não se acomodam
nessas construções de subjetividades em constantes redes de vassalagem, se faz
cada vez mais urgente criar práticas anticoloniais que irrompem com toda essa
racionalidade neoliberal da subserviência.
É no presente que se
faz preciso enfrentar e incendiar toda conivência do cidadão-polícia que faz
uso da seletividade penal para incentivar as condutas exterministas de seus
agentes de farda com medo de qualquer sinal de insurreição.
A tática da revolta extingue o silêncio, com sua potência de recusa às formas de poder, tem a coragem de dizer um basta, de que já não é mais possível tolerar, muito menos consentir com aquilo que um determinado governo nunca deve fazer. Em tempos de demasiada obediência política e silenciamentos, aos insurgentes é preferível a experiência de se escolher e vivenciar o risco da morte ao invés da certeza de obedecer.
A tática da revolta extingue o silêncio, com sua potência de recusa às formas de poder, tem a coragem de dizer um basta, de que já não é mais possível tolerar, muito menos consentir com aquilo que um determinado governo nunca deve fazer. Em tempos de demasiada obediência política e silenciamentos, aos insurgentes é preferível a experiência de se escolher e vivenciar o risco da morte ao invés da certeza de obedecer.
16 de janeiro de 2019
E como já era esperado
pelos mais argutos, e pode “jair” tirando as próprias conclusões eleitorado
convicto e cego do boçalnaro. Cabe reforçar a distinção ao qual ele decretou a
flexibilização da posse e não do porte de arma de fogo. Ou seja, poucos vão ter
efetivamente acesso legal a uma arma, bem diferente do que muitos incautos
imaginavam.
As armas ficarão nas
mãos de meia dúzia de “bacanas” e privilegiados que consequentemente poderão
perdê-las para os assaltantes no chamado “efeito surpresa”. As armas de uso
exclusivo das Forças Armadas continuarão nas mãos de agentes do Estado ou no
tráfico através da microfísica dos desvios e contrabandos entre facções,
exércitos, polícias e milícias.
Enquanto isso, o
enfadonho “cidadão de bem” (a maioria de classe média baixa e alta) se achará o
Rambo com seu calibre 38 ou pistola mediana legalizada. Muitos desses com
“posse de arma” poderão ser flagrados “portando sua arma” nas ruas, nos
estabelecimentos, no trânsito ou na porta de casa tentando resolver conflitos cotidianos
à base da bala. O tal “mito” seguirá blindado em seus dispositivos de
segurança, enquanto a maioria terá que se virar por conta própria numa situação
de risco.
Enfim, a criminalidade
continuará, assim como o porte ilegal também. A violência aumentará nos espaços
públicos, domésticos, escolares e entre outros lugares.
E você que sustenta o
delírio miliciano anticomunista ao se sentir um "opressor" mesmo
sendo apenas um oprimido lambe-botas de autoridades através do sonho de possuir
uma arma como sinônimo de segurança e poder contra os "esquerdistas"
ou quem divergir da sua forma de agir e pensar, com uma possível política de
armamento no Brasil, o "outro lado" também se armará cada vez mais. Abrem-se mais espaços, brechas e vetores para que se fomentem
os grupos de guerrilhas revolucionárias, insurreições armadas e toda uma
recomposição de métodos, táticas e territórios do crime organizado nas relações
entre Estado e mercado, pois as indústrias bélicas e armamentistas também
lucram muito fazendo a gestão dos ilegalismos e a geopolítica da guerra no
interior da máquina neoliberal capitalística.
Contudo, nada mudará e
falta de avisar não foi. Não carrego essa culpa e nem a crença ingênua e
estúpida em governos, seja eles de direita, esquerda ou centro. Não se trata
aqui de “torcer contra” ou postura de isenção, e sim de um enfrentamento direto
da luta antifascista para uma incessante desfiguração do poder.
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