Em breve irei lançar um
projeto de rap histórico-filosófico e geopolítico intitulado de "Sobre a
Paranóia Nuclear e o Medo de Ameaças Indeterminadas". A temática do
projeto irá perpassar pelos contextos e problemáticas que marcaram as passagens
da sociedade e seus mecanismos disciplinares para os
dispositivos de controle e seus fluxos, mais precisamente, acerca dos
acontecimentos que acentuaram a destruição de Hiroshima e Nagasaki pelas bombas
atômicas e no momento pela qual começa a surgir uma outra forma de governar a
segurança do Estado, das pessoas e do Planeta ao articular novas estratégias
políticas e conflitos internacionais após o embate conhecido como "Guerra
Fria" e os movimentos de contestação ecológica. O projeto sonoro visa
problematizar o modo como o tema da "ameaça" e do "perigo"
passou a ser esquadrinhado como um problema de sobrevivência do planeta e da
"espécie humana", um processo de securitização não só de territórios,
espacialidades e populações, como também agora das questões climáticas e de
meio ambiente aos quais ampliaram os problemas de segurança identificados pelos
Estados, em veloz transformação desde, pelo menos, o final da II Guerra
Mundial. Nos tempos atuais, houve uma ampliação de "ameaças" cada vez
mais indeterminadas por gestões de medos e inseguranças, desde grupos armados
transterritoriais, como as organizações do narcotráfico e do terrorismo
fundamentalista, até os conflitos derivados das mudanças climáticas (as
chamadas "guerras climáticas"). O que os sons irão abordar e procurar
criticar e problematizar é a maneira como esses problemas, que outrora eram
tidos como limitados ao Estado e a sociedade, passaram a ser governados como um
problema tido como planetário. Contudo, irá questionar o presente e a
atualidade de medidas que vêm sendo tomadas no campo das coalizões de Estados,
da ONU e as demais cooptações, e também o redimensionamento de constantes
estados de emergências e violências entre os dispositivos diplomático-militares
da ecopolítica (política e estratégia de governar o planeta e os espaços
siderais a partir dos mecanismos preventivos e auto-imunitários de defesa e
segurança nacional, transterritorializada e planetária). A proposta procura
analisar como as guerras acontecem na atual democracia, ou seja, que não se
restringem aos limites territoriais de soberania, não dependem de declarações
formais, protocolos e tratados de paz, mas percorrem de forma contínua entre as
práticas de torturas asseguradas por ocultações de memórias, na fomentação do
racismo e da xenofobia na (des)ordem do capitalismo sideral, nas estratégias de
militarização como política de “pacificação”, nos fluxos da participação
ininterrupta pelos ecossistemas eletrônicos, programas (não)governamentais e
empresariais, na ampliação de policiamentos, monitoramentos e delações, na
inclusão-excludente de minorias e direitos de cidadania, nas renovações das
lógicas prisionais e punitivas como princípio de participação política e
"sustentável", nas inteligências institucionalizadas e capturadas e
na exceção normalizada como regra em tempos de indeterminação pelas quais
expandem penalizações e campos de concentração a céu aberto. Segue abaixo a
arte de capa:
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