Quando vidraças e
espelhos se quebram, as idealizações que porventura navegavam em sítios irreais
e virtualizados ou os encantos lançados além-mar são substituídos pela
espionagem e medidas de tolerância zero mesmo após a queda de muralhas. Eis o contraste de
espaços heterogêneos. O que outrora flutuava como um navio em lugares sem lugar
na busca por jardins, preciosidades e sonhos ao infinito esgota-se e passa a se
desdobrar em tecnologias de controle e monitoramento em espacialidades fechadas
e a céu aberto. Assim, a prática da pirataria abriu margens para a polícia e a
colonização para as políticas preventivas de segurança e contenção dos riscos
na lógica do Império. Ao invés de reativar os refúgios seguros da utopia, o
desvio é a linha que possibilita respirar e contestar no interior do campo de
batalhas. Sejam bem vindos à realidade de sociedades e "civilizações"
sem barcos. Não temam transitar ou (des)territorializar a dobra de fora desses outros espaços...
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